Representada pela literatura romântica do ilustre escritor baiano Jorge Amado no livro “Tieta do Agreste” (1977), pela dramaturgia com a novela de mesmo nome lançada em 1989 e depois, sete anos mais tarde pelo cinema, o vilarejo Mangue Seco faz jus ao posto de um dos destinos mais procurados da Bahia.
Mas não só de beleza vive Mangue Seco, a pequena vila da cidade de Jandaíra, litoral norte do estado, além ter um acervo de paisagens naturais, preserva uma rica história e cultura. E claro, o lugar não poderia deixar de estar na lista de destinos oferecidos pela Cambiante! Saiba nos próximos tópicos todos os detalhes sobre a terra de Tieta.
A cerca de 250 km de Salvador, o trajeto mais eficiente para chegar a Mangue Seco é pela Linha Verde, na BA 099. Com destino ao Povoado de Pontal no município de Indiaroba, Sergipe, o ônibus parte de Salvador por volta das 6 horas da manhã. Como de costume, os coordenadores da Cambiante fazem uma breve apresentação e atentam para as principais recomendações. No trajeto, um kit lanche e um copo são distribuídos para todos os clientes. A duração da viagem é de cerca de 3 horas, podendo variar de acordo com o trânsito.
Confortável, climatizado e seguro, o ônibus da empresa Transoares é uma boa opção para fazer a viagem. O veículo dispõe de 44 assentos, ar-condicionado, TV, filtro de água e banheiro.
Chegando ao Povoado de Pontal, é preciso cruzar o Rio Real para chegar ao nosso esperado destino. De lá, lanchas e barcos fazem a travessia por cerca de R$30 por pessoa ida e volta, porém, os clientes da Cambiante não pagam esse valor, pois já é incluso no pacote. Durante a travessia que dura cerca de 20 minutos, é possível admirar a beleza e calmaria do rio e tirar muitas fotos.
Cliente subindo na embarcação para atravessar o Rio Real
Chegando do outro lado do rio, concentramos-nos para fazer o passeio de buggy pelas dunas. Cada veículo tem capacidade para até 4 pessoas e custa cerca de R$ 130 reais cada lotação.
Obs.: O passeio de buggy é praticamente a única maneira de conhecer as dunas. Veículos próprios podem atolar na areia e a pé é inviável.
O passeio é uma verdadeira aventura sobre imensas montanhas de areia. Nossa primeira parada é na Bela Vista, onde podemos avistar uma paisagem quase desértica formada por uma imensidão de dunas límpidas e coqueiros. É indispensável nesse momento ter a experiência de tocar na areia e perceber o quão ela é fina e branca.
Clientes da Cambiante passeiam de buggy pelas dunas de Mangue Seco
A segunda parada é no ponto do Pôr do Sol, o local tem uma vista que é considerada a melhor para apreciar o anoitecer. Como o passeio é realizado pela manhã, não é possível presenciar o acontecimento, mas durante o dia a paisagem também é fenomenal.
Segunda parada nas dunas
Voltamos ao buggy para chegar à nossa terceira parada, o Skibunda. O nome se deve a uma modalidade bastante praticada no local que é escorregar sobre uma prancha pelas dunas. O valor para se jogar nessa aventura é R$2.
Skibunda
A nossa quarta parada é no Morro do Cajú, ponto mais alto das dunas onde se tem uma visão panorâmica. O nome é em referência a um cajueiro que existia no local e foi soterrado pelas dunas. É possível ver o topo da árvore.
Morro do Cajú, Ponto mais alto das dunas.
A quinta e mais famosa parada é a “Romeu e Julieta”. O nome faz alusão à obra de William Shakespeare, intitulada com o mesmo nome. Dois altos coqueiros quase idênticos e isolados, um ao lado do outro, representam os personagens do romance.
Coqueiros Romeu e Julieta
Depois de conhecer tanta coisa, finalmente vamos nos refrescar na praia de Mangue Seco. Antes disso, paramos pra almoçar por volta das 12 horas. Há algumas barracas de praia que prestam serviços, uma delas é o bar e restaurante Pôr do Sol, uma tenda onde é servida diversas alternativas culinárias e bebidas.
Tenda Pôr do Sol
O almoço para três pessoas custa entre R$81 a R$115. Opções como frutos do mar e comida baiana são sempre pedidas, porém, a comida típica da região é o peixe ao molho de camarão.
Moqueca de peixe e camarão com acompanhamentos.
Há opções de bebidas como água de coco, sucos, refrigerantes, caipirinhas, vodkas e whiskys. Não pode faltar, claro, a tão pedida cerveja gelada, que custa em torno de R$11 uma garrafa de 600 ml.
Depois de descansar é imprescindível tomar um banho de mar. São quase 30 quilômetros de praias. As águas são mornas e de ondas baixas.
A praia de Mangue Seco tem uma extensa faixa de areia lisa. O céu azul e o mar esverdeado formam uma paisagem quase monocromática.
Pra quem curte adrenalina, tem a opção de andar de quadriciclo, o valor é de cerca de R$50 no período de 1 hora. Quem prefere tranquilidade, pode permanecer na barraca e descansar nas redes de dormir.
Sentir a brisa do mar na rede e se aventurar no quadriciclo são boas opções para aproveitar Mangue Seco
Depois de tantas aventuras, é hora de voltarmos pra casa, certo?! Errado! O nosso passeio ainda não acabou e tem mais coisas reservadas para tornar o dia inesquecível. Pegamos o buggy por volta das 16 horas na praia e voltamos para o vilarejo, onde ficamos livres para conhecer o centrinho de Mangue Seco. O Rio Real dá um charme maior a orla onde há algumas sorveterias, restaurantes e pousadas.
Orla de Mangue Seco
Caminhando mais a frente chegamos à pracinha, que assim como as dunas e a praia, foi cenário gravação da novela Tieta do Agreste. Nela está a igrejinha e o pequeno Shopping Mangue Seco, onde são encontrados lembrancinhas e artesanatos vendidos a partir de R$3.
A igrejinha e o Shopping Mangue Seco.
Por volta das 17:30 horas entramos na embarcação para voltar ao Povoado de Pontal e de lá retornarmos para o ônibus com destino a Salvador. No caminho, uma grande surpresa: tivemos a oportunidade de admirar o sol se pôr enquanto o barco fazia a travessia. A paisagem bucólica proporciona um instante de conexão com a natureza e as nossas crenças. É nesse momento que a saudade de Mangue Seco começa a surgir e a vontade de voltar se torna certeza.
Pôr do sol visto do Rio Real.