Lençóis BA | O que fazer na chapada diamantina

Cercada de belezas naturais, aventuras e mistérios, a Chapada Diamantina é, de fato, a preciosidade da Bahia. Localizada no centro-oeste do estado, a região fica a cerca de 400 km da capital, Salvador, e tem uma área de mais de 40 mil km², comportando 24 municípios e uma abundância de cachoeiras, poços, rios, grutas e morros.

Por conta da sua riqueza mineral, durante séculos a Chapada Diamantina foi ponto de exploração de diamantes e outras pedras preciosas, atualmente o meio ambiente é preservado. Mas, não só os encantos da natureza que fazem da Chapada um lugar imperdível, lá também são encontradas atrativas programações culturais e gastronômicas.

Confira nos próximos tópicos tudo sobre um dos destinos mais desejados do Brasil.

 

  • SAÍDA DE SALVADOR

O ônibus parte de Salvador com destino a cidade de Lençóis, onde ficamos hospedados. Como de praxe, os coordenadores da Cambiante fazem uma breve apresentação e alertam sobre as recomendações necessárias. Como o percurso é longo, descansar é a melhor opção. É aconselhável levar cobertor, fones de ouvidos e livros. Por questões de segurança, o ônibus faz uma parada de alguns minutos na cidade de Itaberaba e depois segue o caminho até o nosso destino final. A viagem dura cerca de 7 horas. Lembre-se: a duração da viagem dependerá de alguns fatores, entre eles, o trânsito é o principal.

Confortável, climatizado e seguro, o ônibus da empresa Prakatur é uma boa opção para fazer a viagem. O veículo dispõe de 44 assentos, ar-condicionado, wi-fi, TV, filtro de água e banheiro.

 

  • O HOTEL

Chegando a Lençóis, fomos fazer o check in no hotel em que ficamos hospedados. Com o advento do turismo, o setor hoteleiro da cidade é aquecido, contando com hotéis e pousadas com ótima infraestrutura. Dependendo da época, é possível encontrar diárias a partir de R$ 59,90. Uma das opções é o Hotel Palace. Agradável e acolhedor, a instalação tem os quartos arejados, camas confortáveis e as duchas são eletrônicas. O ponto forte é o café da manhã, onde é servida uma rica alimentação.

O Hotel Palace fica a poucos metros do centro histórico de Lençóis, podendo facilmente ir a pé.

 

Clientes da Cambiante reunidos no Hotel.

 

Clientes tomando café no restaurante do Hotel.

Clientes tomando café no restaurante do Hotel.

 

  • ROTEIRO

Devidamente descansados e alimentados, partimos para conhecer as belezas da Chapada Diamantina. Antes, fomos apresentados ao guia Davi, que nos conduziu durante toda a viagem. Ele tem um grande conhecimento sobre a história da cidade. Nossa parada inicial foi no Centro Histórico de Lençóis, onde a primeira vista é do rio homônimo sob uma ponte que liga o centro ao bairro de São Félix.

O Guia Davi é Lençoense e atua há 15 anos na profissão

 

Um dos pontos que mais chama a atenção dos visitantes é a coloração das águas do rio, que tem uma tonalidade avermelhada. O guia adiantou que veríamos esse cenário em outros rios e cachoeiras, e que a cor é o resultado da presença de matérias orgânicas contidas nas raízes, troncos e folhas de árvores que são arrastadas pela chuva. A cor não é proveniente do ferro, como alguns pensam.

Rio Lençóis

Ponte sobre o rio. A cidade de Lençóis tem cerca de 10 mil habitantes.  É considerada a capital da Chapada e já foi eleita diversas vezes como um dos melhores destinos do Brasil.

 

Seguimos adiante, e no caminho, notamos uma grande quantidade de casarões, institutos e estabelecimentos com uma arquitetura similar, o guia explicou que a cidade de Lençóis é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e sua construção é datada do século XVIII.

 

Clientes da Cambiante conhecendo o Centro Histórico de Lençóis

 

As ruas da cidade durante o dia têm pouco trânsito de moradores, a maioria são turistas. Porém são bem policiadas.

 

Conhecemos a Sociedade União dos Mineiros (SUM), a Praça do Coreto e o Teatro Arena, onde acontecem os festejo juninos da cidade.

Praça Coreto: Guia explicando a história do local.

Teatro Arena: O intuito era construir uma igreja na era colonial, porém, por falta de verbas, o projeto inacabado se tornou um ponto de festividade.

 

Um dos lugares que não pode deixar de ser visitado e que faz parte do roteiro de excursão da Cambiante, é o Parque Municipal da Muritiba ou Parque Serrano, lá estão as mais belas paisagens naturais de Lençóis. A nossa primeira visita foi aos caldeirões, onde é possível se refrescar nas águas mornas e limpas. O local é extremamente rochoso e deve-se tomar cuidado ao andar.

Entrada do Parque da Muritiba

Os caldeirões de águas eram usados para garimpo.

Seguimos adiante para conhecer o surpreendente Salão das Areias Coloridas, um labirinto de pedras formadas por areias que incrivelmente tem diferentes tonalidades. É um verdadeiro “museu de areia”. O guia explicou que havia uma quantidade maior de rochas, porém, em busca de diamantes, os garimpeiros implodiram várias delas.

 

As rochas se desfazem em areias de diferentes cores quando são manuseadas

 

Seguimos a trilha para conhecer o poço Haley, que tem águas rasas e escuras. O nome do poço é em referência ao cometa Haley. Há anos atrás estudos astronômicos indicavam que o cometa passaria pelo local, atraindo assim uma grande quantidade de curiosos. O estudo não se confirmou, mas o nome ficou e o poço foi batizado dessa forma.

Clientes da Cambiante se refrescando nas águas geladas do Poço Haley depois de uma longa caminhada.

 

Antes do almoço tivemos tempo ainda para visitar a charmosa cachoeirinha, que fica ainda no Parque da Muritiba e é formada pelos córregos das laranjeiras e conhecida como uma área de grandes diamantes. Diferente do poço Haley, a Cachoeirinha tem as águas mais cristalinas e uma queda d’água maior. O local é um dos mais cobiçados por turistas para fotos e selfies.

Na cachoeirinha é possível admirar os peixinhos nadando.

 

Depois de uma manhã cheia de trilhas e descobertas, paramos para almoçar. A gastronomia da cidade é plural e tem restaurantes que atendem a todos os gostos, desde aqueles que oferecem os pratos típicos da culinária local, como cortado de Palma e godó de banana; bistrôs italianos para quem quer algo mais requintado; ou comidas de fast-food para quem prefere praticidade.  Uma boa opção é o restaurante Fundo de Quintal. Lá é servida uma autêntica comida regional por um preço acessível. É possível comer a vontade no local por cerca de R$ 25.

Descansamos um pouco e o ônibus já estava a postos para nos levar para o próximo destino.

Bar e Restaurante Fundo de Quintal

Pegamos a estrada para irmos ao Rio Mucugêzinho e o Poço do Diabo, que ficam ainda na cidade de Lençóis. Para chegarmos ao Mucugêzinho fizemos uma caminhada tranquila de 5 minutos, o rio tem águas calmas e rasas, ótimo para relaxar e brincar com as crianças.

 

Também conhecido como Poço do Pato, o nome do rio deriva de um fruto da região chamado mucugê.

 

Depois seguimos a trilha durante mais 15 minutos para chegar ao Poço do Diabo. O passeio não é recomendado para crianças devido à dificuldade do trajeto. O visual é deslumbrante. Deve-se tomar cuidado na hora do banho, pois algumas áreas são profundas. Quem vai para Chapada é imprescindível visitar o local. Além da beleza, o Poço do Diabo guarda uma misteriosa história: reza a lenda que há muito tempo atrás, um coronel desconfiado de que os garimpeiros estavam roubando os diamantes, ordenava jogá-los no poço, por isso foi batizado com o esse nome sombrio.

 

O caminho para chegar ao Poço do Diabo tem um relevo acidentado e pedras escorregadias. Deve-se pisar com firmeza.

 

Poço do Diabo. A vista comprova que a caminhada vale a pena.

Voltamos para o hotel para descansar e nos preparar para curtir as atrações noturnas de Lençóis.

 

  • Noite Lençoense

Depois de um dia cheio de aventuras fomos aproveitar a noite no Centro Histórico de Lençóis, e ela é tão boêmia e efervescente quanto as grandes cidades.

 

À noite em Lençóis

 

A tranquilidade das ruas vazias durante o dia dá espaço às mesas e cadeiras dos bares e restaurantes à noite. Os estabelecimentos oferecem um cardápio com várias opções, principalmente pizzas, massas e carnes. Os preços são um pouco salgados, mas é possível comer bem em um rodízio de massas e pizzas a partir de R$35.

 

Bares e restaurantes de Lençóis

 

Quem busca opções veganas ou vegetarianas pode encontrar iguarias como pizzas e crepes. Já quem prefere algo mais econômico, os pastéis e hambúrgueres são as melhores opções. Ambos estão numa média de preço entre R$4 e R$10. E para aqueles que querem se aquecer tomando um bom licor da região encontra muitos estabelecimentos que comercializa a bebida. Uma garrafa custa em média R$15.

 

Pastel e licores da região

 

Clientes da Cambiante aproveitando a noite.

 

Na noite também funciona o Feira de Artesanato, onde são vendidos artefatos e decorações que lembram a região. Lá, tem lembrancinhas para todos os gostos a partir de R$5.

 

A Feira de Artesanato só funciona à noite por conta do fluxo maior de turistas no Centro Histórico.  

 

2º DIA

Voltamos ao Hotel para recarregar as energias para o dia seguinte. Passeios aventureiros e emocionantes foram reservados para o nosso segundo e último dia na Chapada.

Pegamos a estrada a caminho de Palmeiras, município vizinho de Lençóis, a 26 km de distância, para visitar uma das mais belas obras da natureza. Ainda no ônibus nos deparamos com um dos principais cartões-postais da Chapada Diamantina, o imponente Morro do Pai Inácio. Paramos para contemplar e tirar muitas fotos. O dia estava nublado, o que contribuiu mais ainda para tornar a paisagem bucólica.

 

Morro do Pai Inácio

 

Clientes da Cambiante posando para foto em frente ao morro.

 

A perfeição do morro do Pai Inácio promove uma conexão espiritual forte das pessoas com suas crenças. Antes de subir para o topo do morro, uma boa opção para aumentar as expectativas é conhecer a Cachoeira do Pai Inácio. Em uma trilha de cerca de 15 minutos pudemos admirar a flora da região composta por pinheiros.

Trilha para a Cachoeira do Pai Inácio.

 

A cachoeira do Pai Inácio é simplesmente encantadora. Ela foi batizada com esse nome por ficar próximo ao morro. Diferente das outras cachoeiras que vimos, essa tem uma queda d’água menor e a água mais gélida. Porém, depois de uma boa caminhada, essa temperatura fica ideal para se refrescar.

 

Cachoeira do Pai Inácio

 

Não demoramos muito e partimos para o passeio mais esperado do dia. Para chegar até a área de subida para o Morro do Pai Inácio é preciso fazer uma longa caminhada em uma ladeira íngreme, porém nosso guia nos deu a opção de pegar uma van para chegar até o local e todos concordaram. O valor de ida e volta foi R$10. Chegando lá, contribuímos com uma taxa de R$12 para subir o morro. Esse valor é cobrado para manter a preservação e fazer melhorias do local.

A subida para o morro tem 1.500 metros de altitude e dura cerca de 20 minutos. Corrimões, parapeitos e escadarias foram instalados para tornar o trajeto mais fácil e seguro. É recomendado levar agasalhos em tempo nublado para se proteger do frio.

 

Trilha para o topo do Morro do Pai Inácio

 

Chegando ao topo a vista é fascinante. Em uma visão panorâmica podemos ver a imensidão que é a Chapada Diamantina e ainda observar outros morros da região como os Três Irmãos e do Camelo e ver os veículos em miniaturas na BR 242. A paisagem é tão deslumbrante que já serviu de cenário para filmes e novelas.

 

Vista do Morro do Pai Inácio para outros morros

 

Vista do Morro do Pai Inácio para a BR 242

 

Lá conhecemos Joás Brandão, um dos fundadores do Grupo Ambientalista de Palmeiras. Ele contou e encenou para o público a história que deu o nome ao famoso morro. Segundo a lenda, um escravo chamado Inácio se apaixonou pela filha de um coronel poderoso e os dois começaram a se relacionar as escondidas. Sabendo do romance, o coronel ordenou que os seus capangas capturassem Inácio. A sinhazinha então contou para seu amado os planos do seu pai, que fugiu para o morro e simulou um suicídio pulando do topo e depois voltou para fugir com sua amada.

 

Joás Contando a origem do nome do morro para os clientes da Cambiante.

 

Após a emocionante visita ao Morro do Pai Inácio, fomos almoçar no município de Seabra. Uma boa alternativa é o Posto Carne Assada, onde tem várias opções de carnes suínas, bovinas e frango.  O kg da comida custa em torno de R$40.

 

Posto Carne Assada no município de Seabra.

 

Após o almoço, partimos para o município de Iraquara, cerca de 20 km de Seabra, para conhecer o nosso último destino turístico antes de voltar para Salvador. Fomos visitar a linda Gruta da Lapa Doce. Com certeza é um passeio que não pode faltar no roteiro pela Chapada Diamantina.

 

Iraquara/BA

 

Para entrar na gruta é cobrada uma taxa de R$30 para manter a preservação do local. Antes de visitar o interior da gruta, conhecemos a guia Luiza, que passou as principais recomendações e distribuiu lanternas para todos. São quase 20 km de gruta mapeados, porém só percorremos cerca de 800 metros em torno de 1 hora. Para quem tem claustrofobia (medo de lugares fechados), a gruta é muito ampla e espaçosa, não oferecendo perigos.

 

Gruta da Lapa Doce vista do alto

 

Conhecemos as estalactites, elatalagmites, colunas e outras formações rochosas que fazem da Gruta da Lapa Doce um verdadeiro “museu de pedras”. A cada passo é uma nova descoberta. As rochas dão forma a diversas imagens como anjo, coruja, leão entre outras. No final do percurso, a guia pediu para todos apagarem as luzes de suas lanternas para admirar o silencio e a escuridão da gruta.

 

Formações rochosas da Gruta da Lapa Doce

Clientes da Cambiante conhecendo o interior da Gruta da Lapa Doce

 

Depois de dois dias de muitas aventuras, descobertas e conhecimento na Chapada Diamantina, voltamos para Salvador, felizes, encantados e com muitas histórias pra contar dessa região tão rica em natureza e cultura.

 

À volta para casa dos clientes da Cambiante.